01 dezembro, 2010

Aloha!

Assim como as ondas não são regulares, nós também não podemos sê-lo sempre, por isso aí vai mais um post com sentimento e não apenas notícia.
A palavra “Aloha” tem várias traduções, várias definições. Uma das mais completas que já escutei saiu da boca de Cisco Araña, primeiro surfista profissional do estado de São Paulo e professor da primeira escola de surf pública do Brasil, a Escola Radical do Posto 2, em Santos.
“Estar bem em qualquer lugar, em qualquer situação e em qualquer momento. É uma plenitude”, proferiu ou até profetizou o Maestro, como também é conhecido.
E foi isso que aconteceu ontem no Projeto Cine Surf. O nome do filme já traduzia o que se passava na sala 2 do Cine Roxy. O Curta metragem “Aloha!” produzido por Nildo Ferreira e Paula Luana Maia dos Santos, por intermédio das Oficinas Querô, contou histórias de surfistas com deficiências físicas e visuais que descobriram e redescobriram o prazer de viver por meio de um dos esportes mais antigos do mundo.
O Curta em si já é muito bom, mas a história do esporte mundial foi escrita - ou melhor, narrada -, ao final do filme, quando Valdemir Pereira, o Val, primeiro surfista cego do mundo, e Octaviano Taiu Bueno, o Taiu , ex-surfista profissional que encantou a comunidade surfista ao voltar a surfar em 2010 depois de 18 anos de tetraplegia.
Taiu e Val ficaram amigos durante a filmagem do curta e compartilharam a experiência de ter participado de mais um capítulo na história do esporte mundial e de nossas vidas. “Eu andava meio desanimado para voltar a surfar, mas quando vi o Val surfando com uma tremenda cara de satisfação eu pensei: Cara, que vibe!”, compartilha Taiu, que ainda contou que foi a produção do filme que acelerou a volta dele às ondas.
Val, por sua vez, explica que perdera a visão aos 24 anos, quando foi vítima de uma doença rara e de imprudência médica. “Quando me contataram para participar do filme eu fiquei sabendo que o Taiu iria estar presente. Meu! Eu vi o Taiu surfando ondas gigantes até meus 24 anos”, lembra Val. “Hoje, eu posso dizer que surfei com um dos maiores surfistas do Brasil”, se orgulha.
E nos encheu de orgulho e vontade de viver. Não podemos dizer pelos outros, mas fiamos com uma vontade imensa de sair do cinema e ir direto para o mar, com uma prancha encaixada embaixo do braço e a certeza de que aquele seria o melhor dia de surf que já existiu, independentemente de ter ondas boas ou não, pois ontem percebemos que o surf não é somente adrenalina, é, acima de tudo, estado de espírito.
Obrigado Val. Obrigado Taiu. E parabéns aos produtores de um filme que retrata a verdadeira essência do surf.
Aloha!
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Um comentário:

Paula Luana Maia disse...

Com certeza, deu a maior vontade, de sair da sala de cinema, e ir corredo pegar umas ondas.
Surf, é muito mais que só esporte, surf é alma.
Fazer esse curta, foi, e será, a maior experiência de todas!

Surf, alma e ondas!

ALOHA!